segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ná árvore


Sentado na árvore, sozinho. O brasulho do vento nas folhas acalma, passarinhos cantam melodias lindas, música da natureza, da liberdade. O vento aumenta, e o barulho parece chuva. Respiro, respiro fundo. E sinto-me parte do ambiente, integrado na energia da natureza, força que tantos desconhecem... O galho onde estou é firme, mas ainda assim, balança num movimento calmo. Começo a cantar, música brota da alma. A minha voz e o vento. A mochila está pendurada num outro galho da árvore. Vejo folhas caindo, deslizando. escolho subir mais, e mudar de galho.

Pronto, estou num galho mais alto, o vento é mais forte e meus cabelos balaçam muito. Vejo meus amigos brincado, parecem crianças, e talvez sejam... Amigos, talvez sejam amigos. Uma palavra? Saudade! Outra? Música!

O ventou acalmou, as folhas já nem balançam tanto. Ops, voltou, o galho que estou balança muio, muito mesmo. E me sinto sozinho. Estou a uns 6 metros do chão. è lato, bema lto. Vou descer, e quanto a natureza, é bom vê-la ao meu redor.

sábado, 22 de setembro de 2007

Quando fores...


Quando fores flor... serei grama

Quando fores chuva... serei pingo

Quando fores sol... serei estrela

Quando fores gelo... serei frio

Quando fores casa... serei abrigo

Quando fores dúvida... serei interrogação

Quando fores floresta... serei árvore

Quando fores abelha-rainha... serei operário

Quando fores corda... serei laço

Quando fores fruto... serei semente

Quando fores revoada... serei pássaro solitário

Quando fores embora... levará junto meu coração

E quando eu for embora deixarei a sombra das asas de anjo.

sábado, 15 de setembro de 2007

Diversas histórias - Volume VIII


O caminho do meio...

Segui por um caminho, era fim da tarde... rumava em direção o por-do-sol. A visão embaçada pela luz, o marron avermelhado da estrada, as árvores ao longo do caminho, o cheiro das flores, uma mochila azul nas costas, um caminho bifurcado e uma escolha... o da direita? Ou o da esquerda?
Naquele momento vi uma árvore de grande copa a beira da estrada, e sentei sob a sombra pensando em qual dos caminhos seria o melhor. Me destrai com a cor que o por-do-sol emanava e com o formato das nuvens. Quando dei por mim já estava escuro, teria de pernoitar ali.
Abri minha mochila e peguei uma surrada blusa de frio pra me cobrir, comi o pouco que sobrara da comida e dormi, apesar de tudo, confortável.
Acordei com o nascer do sol, o vento era frio e úmido, mas agradável. Olhei mais uma vez para o caminho... e, por deja vu, lembrei de meu sonho. - Estava ali, naquele mesmo lugar, e seguia o caminho da direita, nele, encontrava um rio com muitas pedras e algumas árvores em volta, passando pelo rio havia uma placa, não lembrava-se do que nela estava escrito... seguia em frente até achar um povoado. E tudo ficou preto. Voltou então a bifurcação, seguiu o caminho da esquerda... encontrou o mesmo rio, porém agora mais forte e extenso, sobre ele havia uma frágil ponte de madeira, seguiu por ela, parando no ponto central para olhar a água... seguiu em frente e encontrou-se numa densa floresta, não havia trilha, placa, ou sinal algum que ajudasse. Novamente tudo ficou preto. - Estava então deitado embaixo daquela árvore, coberto com uma blusa de frio, o sol no horizonte, sim, aquilo era real.
Me levantei, olhando atentamente para a bifurcação... teria sido o sonho um aviso, uma ajuda? Não sabia dizer . Decidi então não seguir caminho algum, e fui, pelo mato, fazendo meu próprio caminho, o caminho do meio. Após algum tempo de caminhada, com o mato já mais denso vejo algo em meio as plantas... era uma placa. Me aproximei e nela estava escrito: somente aquele que segue o caminho do meio pode alcançar a felicidade dentro de si.
E segui em paz.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Diferente... desculpe, não faço por mal...

É, já me acostumei a ouvir coisas como: do contra, revoltado, estranho, etc... tudo por ser diferente. E é assim que a maior parte das pessoas vêem as coisas, o que é diferente não é válido, o que é diferente incomoda e faz mal. Faço mal? Desculpe, não é por mal. Cansei disso tudo, cansei de ser o estranho do grupo, cansei de me esforçar pra ver o que é formal como o melhor... que coisa pouca é isso. Não consigo me conformar a ver tudo com olhos tão pobres, com interpretações tão medíocres. Será que sou tão fora de contexto assim? Penso que não, pensam que sim. "Você sempre discorda de tudo, só pra discordar mesmo!", frase aparentemente boba não é? Não, não é. Ela cheia de palavras não ditas, de frases que ficam presas na garganta, de idéias que não se tranformam em voz. Não é isso que quero pra mim, não quero ouvir aquilo que, conscientemente, acho inadeqüado. Sou diferente sim! Ainda que choque. Sou cabeça-dura sim! Ainda que não aceitem. Quero um mundo diferente sim! Ninguém se conforma com o que está aí mas pouco se faz pra mudar tudo isso, então me deixem seguir em frente. Não tentem me fazer mais um de vocês, de vocês iguais, de vocês que evitam pensar, de vocês que preferem a facilidade da mesmice. "Não quero ser como vocês, eu não preciso mais, eu já sei o que eu tenho que saber, e agora tanto faz...".
E se um dia eu me tornar indiferente a tudo isso saibam que parei de pensar, e me tornei apenas mais um.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Campanha "Você tem medo de quê?"

Bem... criei essa campanha no intuito de conhecer melhor os outros blogger's que passam por aqui... O desafio é o seguinte: você deve refletir a respeito de qual seu maior medo, e fazer um texto tendo-o como tema. Depois deve indicar mais três blog's para fazer o mesmo e assim vai.

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Medo da solidão

Tenho medo da solidão... você também? Sim, você também. Todos nós temos medo de ficarmos sozinhos... isso é fato. Às vezes é bom ficar sozinho.... porém, não é bom viver sozinho. E por isso tememos tanto. Imagine-se daqui a 60 anos, com seus quase 80 anos, totalmente sozinho... seus vizinhos mal falam contigo, não possui nenhum animal de estimação, não tem filhos, esposa, nem mesmo uma empregada. Ninguém pra conversar. Parece desesperador não é? Que fim trágico pra uma vida tão longa...
Certamente, viver sozinho é algo impossível, de qualquer forma você depende das pessoas, seja do padeiro de quem você compra pão ou do empregado da fábrica que fez o calçado que usa... a vida é um ciclo onde todos dependem de todos.
A solidão leva a depressão, e todos nós, por já termos nos sentido sozinhos, tivemos algo que chama-se crise depressiva, e isso gerou(a) sofrimento... logo, a solidão faz sofrer, e é por isso que evitamos tanto a solidão...
Bem, encerro por aqui minha explicação sobre o medo da solidão. E você, de quê tem medo?

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O três blog's desafiados são:
O blog do Hélder.
O blog da Menina do Reggae.
E o blog de Gracy.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Diversas histórias - Volume VII


A menina do segredo...


Sempre fui um menino comum, e discreto. Porém, no 2º ano do ensino médio algo não premetidado me ocoreu... bem pra que vocês entendam bem o fato é necessário explicar o contexto. Naquele ano o colégio resolveu juntar todo o ensino médio em um projeto... deveriam ser montados estandes que retratassem a evolução da música ao longo da história. Todo o corredor principal foi ocupado com pequenas barraquinha e divisórias de malhas e tnt's... e a iluminação do lugar ficou por conta dos castiçais com velas nas paredes, começa aí meu grande martírio...

Trabalhamos por uma semana pra organizar tudo, quanto trabalho nós tivemos! Mas valeu a pena, porque quando terminamos não se reconhecia mais o corredor, era sim uma grande galeria da história da música.

Às 9:00h da manhã os estandes foram abertos ao público, e os alunos do fundamental ocuparam todo o lugar... era encantador ver tantas pessoas com suas atenções voltadas para a música. Porém, em meio àquele mundo mágico algo terrível aconteceu... sem intenção alguma derruma uma das velas em cima da divisória, e rapidamente o fogo se espalha. Ao olhar pro lado vi o rosto de uma garota do 1º ano... e ela, olhando-me profundamente, levou o indicador aos lábios em sinal de segredo.

O caos havia tomado conta do lugar, diversas pessoas corriam uma pra cada lado, tornando tudo ainda mais difícil. Os painéis de papel madeira, agora queimados, caiam sobre as malhas, os alunos do ensino médio tentavam tirar o máximo de coisas que podiam. A fumaça se espalhava pelo corredor, pessoas tossiam compulsivamente. Em alguns minutos, estava tudo acabado... muitos alunos, desesperados, choravam alto, e eu, ainda assustado e decepcionado pelo que fiz, me calava. Foi aí que alguém tocou-me o ombro, era a mesma garota que havia pedido segredo... em seus olhos uma ligeira expressão de pena. Tentei esquecer tudo aquilo e só voltei ao colégio dois dias depois.

Cheguei abatido, constrangido, desmoronando. Queria fugir, queria correr, queria chorar,e nada fiz. Andei até a minha sala, e no caminho, inesperadamente, encontrei com aquela garota mais uma vez. E ela disse: Vi o que você fez, e não te culpo por aquilo... não teve a intenção e é isso que importa. - E saiu pelo corredor, quieta e vagarosa.

Às vezes eu ainda a via nos corredores, cumprimentava, por hora até acenava, mas sinceramente, eu a evitava profundamente.Terninei o 3º ano e não mais a vi, porém, eu tinha a certeza de que aquele segredo estaria pra sempre bem guardado.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Diversas histórias - Volume VI


João, o palhaço que não sabia sorrir


João nasceu num circo, sua mãe era trapezista, seu pai, mágico. A alegria estava sempre presente em sua vida, assim como o infantil e constante sorriso no rosto. Por ser tão sonhador, sua infância fora fantástica, o ambiente circense transformava seu mundo imaginário em realidade, e assim seguiu até sua adolescência.

Nessa nova fase de sua vida, outros elementos começaram a surgir. João foi aos poucos percebendo que a alegria do circo era algo puramente encenado, e que todo aquele espetáculo, que tanto lhe encantou na infância, era uma grande mentira. Com isso, João foi aos poucos deixando de sorrir. Não mais ria das mágicas, não mais se impressionava com truques, não mais domava leões, não mais se aventurava por cordas ou trapézios... Percebeu então que não queria mais nada daquilo, e, pela primeira vez, viu a dura realidade da vida de palhaço... Com sua maquiagem exagerada, com seus sorrisos forçados, com suas piadas bobas.

E João continuou a crescer, porém, agora carregava em seu peito a dor de ser palhaço. Os sonhos fugiram todos de seu coração, exceto um: o de mudar tudo aquilo, e não mais viver de circo. Ele sabia que cada sorriso dado em cena valia por muitas lágrimas nos bastidores, e ao ver no espelho seu rosto transfigurado pela maquiagem borrada por seu pranto ele pensava: siga seu destino João, és tú o palhaço que não sabes sorrir, porquê insistes em tal desgosto? - E ele mesmo respondia: Viver de palhaço, é este teu futuro reservado. Mude seu destino e comece do zero, sozinho.

O tempo foi passando e as angústias de João somente aumentavam, corroendo-lhe os poucos sentimentos bons que lhe sobraram da infância. Agora, ele não mais vivia... sobreviver era o bastante. João ficou adulto, e o tempo continuou a passar. Até que um dia, ao deslocar-se de uma cidade pra outra para mais uma apresentação, um grave acidente ocorreu, acidente este que fez João perder seus pais. Desesperado, ele não sabia mais o que fazer, se antes não tinha tanto, agora menos ainda. Agora eram somente João e o circo. João e sua maldita herança.

Após cuidar do funeral de seus pais, pensou em vender o circo ir embora pra qualquer lugar do mundo, sair sem rumo até que a morte lhe encontrasse em algum bar na beira da estrada. Mas não foi isso que fez. Ele, João, o palhaço que não sabia sorrir, fez algo totalmente inesperado, até mesmo pra ele. Passado algum tempo, ele transformou seu circo numa pequena escola para aprendizes de palhaço, e foi aos poucos transformando sua dor em alegrias. E vendo aquilo dar certo, João decidiu se aventurar pelo mundo, e foi isso que fez. Ele, seu circo-escola e seus aprendizes. E depois de tanto tempo João pode novamente sorrir.

Momentos...

Momentos...
"Mas aqueles anjos agora já se foram, depois que eu cresci"