terça-feira, 5 de agosto de 2008

Por fim,

Ao menos hoje dê-me o direito de chorar, de não precisar levantar depois da queda, de perdoar meus erros, de não precisar dar orgulho a ninguém, de crer em mim, de não fazer nada, de cantar músicas que ninguém gosta, de deitar na grama e buscar formas nas nuvens, de me amar como eu mereço.
E se eu não correr, não disser, não amar, não tentar, não sonhar, não viver, não sentir, não gritar, que o mundo não pare, e se os dias passarem, que alguma mudança aconteça. Quanto às escolhas que eu não quis fazer, que seu fardo seja ao menos suportável. Que as rédeas da minha vida permaneçam em minhas mãos, e não me falte força pra manter a cabeça erguida. E que minha esperança não desça pelo ralo como a água que corre sobre mim.
E até que a vida limite meu alcance, que eu possa ser mais, ser luz, ter paz, ter Deus, ser meu, ser teu. E que ao menos por um dia eu sita todas as emoções de estar vivo, que eu encare todos os sorrisos, e derrame as lágrimas sufocadas, que toque a lua com o dedo, que cobre os abraços prometidos, e revele todos os segredos que eu nunca soube responder.
E que as forças dessas palavras possam erguer-me do chão, e levar-me ao mais singelo paraíso sem ao menos sair do lugar. Sei que um dia essas palavras chegarão ao destino certo, mesmo que não haja remetentes. Abra sua mente pra mim, deixe-me fazer de você minha carta de alforria. Minha semente de liberdade já foi plantada em seu coração, e que a primavera não me negue o direito de colher de ti o fruto de nossa mudança.

Momentos...

Momentos...
"Mas aqueles anjos agora já se foram, depois que eu cresci"