sábado, 27 de outubro de 2007

Fronteiras Psicológicas

As piores limitações não são aquelas de fora pra dentro, e sim de dentro pra fora.
Nosso cérebro é um livro onde não se pode ler todas as páginas, pois muitas delas não são escritas por nós, porém o efeito destas em nossas vidas é direto, e muitas vezes, amargo.
E se tudo mudar de repente? Se seus planos não dão certo, talvez o erro seja você, talvez sejam as circunstâncias. Porém, devemos nos lembrar que não é possível ter domínio total de nossa própria vida, mas isso não impossibilita o direito de livre-arbítrio.
Livre-arbítrio: livre, simples, e arbitrário. Lei de ação e reação, causa e efeito, etc. Cansei de ser ioiô da vida... e se eu escolher não voltar? Não há escolha, a vida me puxa. O que a vida está fazendo comigo? Não importa! Somente importa-me o que EU estou fazendo com ela.
Meus medos impedem-me de viver melhor, então porque não livrar-me deles? Até parece que é fácil assim. Meus medos me dominam, a força que há em mim não é o bastante, minha vida não é o bastante, nem mesmo meu amor é o bastante. Meus fantasmas são cruéis, e tem a força de um deus.
Vencer etapas, saltar montanhas, superar fronteiras... nada disso é possível se o equilíbrio não partir de dentro de você. Somos um grande amontoado de células somado a um princípio inteligente. Temos capacidades ilimitadas e desconhecidas, cabe-nos busca-las e domina-las.
E todos os dias de manhã uma guerra é travada em meu peito, e flores e dores misturam-se a lamentos e canções e amor. É tudo uma coisa só, medos, amores e vidas, em infinitas possibilidades.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Por todos os lugares.



Era noite, escura e fria noite. Não havia ninguém na rua, não haviam passos em casa, não haviam dialógos de novela, somente dois sons propagavam pelo ar: minha própria respiração e a linda voz da soprano que sai pelas pequenas caixas de som. Todo meu corpo flui com a música, e relaxe com o tênue cheiro do incenso de almiscar, e vou ao poucos tomando consciência de um novo estado, onde pensamentos são plenos, e sentimentos são calmos.

Minha consciência se expande por toda a casa, e ocupa todo o espaço... cada canto é invadido por meus pensamentos brancos, limpos. Expando-me ao quarteirão, ao bairro, a cidade... meus pensamentos não tem fim, crescem com o universo, pra todas as direções.
Aos poucos, minha consciência vai compactando-se, volta a minha casa, ao quarto, a minha cabeça, e fim. A música acaba.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Guerra.


A Canção Do Senhor Da Guerra Soldados
Composição: Renato Russo / Renato Rocha Composição: Renato Russo / Marcelo Bonfá
Existe alguém esperando por você Nossas meninas estão longe daqui
Que vai comprar a sua juventude Não temos com quem chorar e nem pra onde ir
E convencê-lo a vencer... Se lembra quando era só brincadeira
Mais uma guerra sem razão Fingir ser soldado a tarde inteira?
Já são tantas as crianças com armas na mão Mas agora a coragem que temos no coração
Mas explicam novamente Parece medo da morte mas não era então
Que a guerra gera empregos Tenho medo de lhe dizer o que eu quero tanto
[e] Aumenta a produção... Tenho medo e eu sei porquê: Estamos esperando.
Uma guerra sempre avança a tecnologia Quem é o inimigo?
Mesmo sendo guerra santa Quem é você?
Quente, morna ou fria Nos defendemos tanto tanto sem saber
Prá que exportar comida? Porque lutar.
Se as armas dão mais lucros na exportação... Nossas meninas estão longe daqui
{Existe alguém que está contando com você E de repente eu vi você cair
Prá lutar em seu lugar Não sei armar o que eu senti
Já que nessa guerra não é ele quem vai morrer... Não sei dizer que vi você ali.
E quando longe de casa, ferido e com frio Quem vai saber o que você sentiu?
O inimigo você espera Quem vai saber o que você pensou?
Ele estará com outros velhos Quem vai dizer agora o que eu não fiz?
Inventando novos jogos de guerra... Como explicar pra você o que eu quis?
Que belíssimas cenas de destruição Somos soldados
Não teremos mais problemas com a superpopulação... Pedindo esmola
Veja que uniforme lindo fizemos prá você E a gente não queria lutar.
[e] Lembre-se sempre que Deus está
Do lado de quem vai vencer} repete tudo
O senhor da guerra não gosta de crianças...(6x)



domingo, 14 de outubro de 2007

Em função do medo.

Andando pela rua, já é noite, e lugares escuros podem, assim, esconder coisas indesejáveis. A tensão me toma, o coração acelera, a barriga é tomada por um frio desconfortante, meu corpo todo arrepia e sua frio. Minhas pupilas, agora dilatadas, buscam o máximo de luz que se pode ter. Minhas pernas, quase involuntárias, deslocam-se pra frente com velocidade... minhas mãos, cerradas, ficam úmidas devido a toda a carga de adrenalina daquele momento. Minha voz não sai, meus ouvidos se aguçam, assim como meu olfato.
De repente, vejo alguém na mesma rua, do mesmo lado, e vindo em minha direção. Devido a escuridão, não é possível o ver perfeitamente, ou talvez a ver perfeitamente. Agora mais próximo, e com mais medo, vejo algo prateado em sua mão. O reflexo da luz do poste naquele objeto me tira de foco, enlouqueço, e perco o chão. o medo agora se apodera totalmente de mim. E agora, do mesmo modo que um drogado procura algo mais forte, meu cérebro me traz uma sensação mais forte, o pavor. Vou seguindo em função do medo.
A cada passo que dou vou perdendo a consciência, e de repente, me vejo ao lado da pessoa. E ela me para(me fazendo quase entrar em pânico) e diz: quantas horas por favor? É que meu relógio parou e preciso ajustar. - Eu, totalmente em pane, com o corpo rígido, nada respondo.
Mais uma vez, o homem(agora bastante visível), exibe seu relógio prateado e pede-me que lhe informe as horas. Eu, ainda com medo, tiro meu celular do bolso e mostro-lhe o visor. Ele olha, agradece, e vai embora. Enquanto eu, vou para casa com uma lição à pensar na memória.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O tempo.

Um dia o tempo veio e me contou que tinha pressa, mas não acreditei nele, e me iludi dando tempo ao tempo. E agora, ele veio cobrar todo o tempo desperdiçado.
O tempo de estudar... e não estudei.
O tempo de mudar a vida... mas não mudei.
O tempo viver momentos inesqueciveis... que muitas vezes deixei perder por orgulho.
O tempo de aprender com os outros... e não apredi.
O tempo de ser o melhor, melhor do que sou... e não fui.
O tempo de contar a ela do meu amor... e nada falei.
O tempo de cantar as músicas que faço pra mim... e mal cantei.
O tempo de cumprir as promessas... e não cumpri.
E me lembrando tudo isso, o tempo disse: agora o tempo passou, e você ficou pra trás. Eu passei, você passou, o tempo passou e continuamos os mesmos... somos agora diferentes entre nós, no tempo que a vida deu, do tempo que a vida nos tira.
"Cadê seu tempo?" - Perguntou-me ele. E eu nada soube dizer. Porque o tempo passou por mim cobrando as promessas que espalhei no vento... e, indo embora, ele me disse: "Não voltarei mais... cada um tem seu tempo, mas cuidado, o tempo é curto."
E se foi.


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Agradecendo ao blog A otica de um miope pelo premio:


Momentos...

Momentos...
"Mas aqueles anjos agora já se foram, depois que eu cresci"