domingo, 14 de outubro de 2007

Em função do medo.

Andando pela rua, já é noite, e lugares escuros podem, assim, esconder coisas indesejáveis. A tensão me toma, o coração acelera, a barriga é tomada por um frio desconfortante, meu corpo todo arrepia e sua frio. Minhas pupilas, agora dilatadas, buscam o máximo de luz que se pode ter. Minhas pernas, quase involuntárias, deslocam-se pra frente com velocidade... minhas mãos, cerradas, ficam úmidas devido a toda a carga de adrenalina daquele momento. Minha voz não sai, meus ouvidos se aguçam, assim como meu olfato.
De repente, vejo alguém na mesma rua, do mesmo lado, e vindo em minha direção. Devido a escuridão, não é possível o ver perfeitamente, ou talvez a ver perfeitamente. Agora mais próximo, e com mais medo, vejo algo prateado em sua mão. O reflexo da luz do poste naquele objeto me tira de foco, enlouqueço, e perco o chão. o medo agora se apodera totalmente de mim. E agora, do mesmo modo que um drogado procura algo mais forte, meu cérebro me traz uma sensação mais forte, o pavor. Vou seguindo em função do medo.
A cada passo que dou vou perdendo a consciência, e de repente, me vejo ao lado da pessoa. E ela me para(me fazendo quase entrar em pânico) e diz: quantas horas por favor? É que meu relógio parou e preciso ajustar. - Eu, totalmente em pane, com o corpo rígido, nada respondo.
Mais uma vez, o homem(agora bastante visível), exibe seu relógio prateado e pede-me que lhe informe as horas. Eu, ainda com medo, tiro meu celular do bolso e mostro-lhe o visor. Ele olha, agradece, e vai embora. Enquanto eu, vou para casa com uma lição à pensar na memória.

4 Comments:

Anônimo said...

cara, isso realmente é desagradável!
eu sou muito cismado com essas coisas...e isso pode gerar até um preconceito...


bom texto!
suspense...hehehehe

Mapa do meu nada said...

nem me fala por que eu jah sai correndo com medo de minha sombra (abafa)

Anônimo said...

Capítulo-post e presente pra tu no blog

Anônimo said...

Marco... Você aprendeu uma grande lição... Se você vir alguém caminhando em sua direção com algo prateado na mão à noite, corra meu filho pernas pra quem te quer! O mundo hoje não permite que tenhamos medo!

Abraço!

Momentos...

Momentos...
"Mas aqueles anjos agora já se foram, depois que eu cresci"