terça-feira, 21 de agosto de 2007

Escolhido perdedor..

Era apenas um garoto... desde pequeno sempre lerdo, sempre fraco, sempre estranho. Todos o julgavam e por muito isso o fazia sofrer.Vivia sempre em seu próprio mundo, viajando em grandes leituras, em formatos de nuvens, em folhas de árvore... sempre sozinho. Cresceu um pouco, mas não tinha amigos, todos os garotos da sua turma eram infantis, enquanto ele, maturidade demais pra tão poucos anos. O tempo continuava a passar e ninguém notava sua presença, em qualquer lugar que fosse, socialmente invisível.
No colégio, sentado só no chão do corredor, ele via casais transitando de mãos dadas, ou abraçados, e dentro de seu sombrio coração ele sentia inveja, não dos beijos e afagos, mas da companhia, daquelas amorosas e tão desejadas companhias. E quando estava sozinho em casa, algo nada raro, chorava, gritava, enloquecia de só, de tão só, sua solidão era quase palpável. Porém, quando alguém chegava ele limpava o rosto, e nada demonstrava de sua insegurança, de seus medos, suas dores. Talvez por isso todos o vissem e ninguém notasse.
Inutilmente ele se culpava por sua situação, e por muitas vezes buscou em sua própria postura algo que o isolasse das pessoas. Dentro de si somente um pensamento reinava, fora ele escolhido pela vida para perder, e servir assim de modelo, um modelo mau que não deve nunca ser seguido. Porém um dia, em mais uma de suas reflexões, ele lembrou-se de algo que leu em um de seus tantos livros de auto-ajuda: "Quando sentires o peso dos olhos do mundo em suas costas, lembre-se que é somente um ser humano, e humanos falham. E nada deve ser pra você mais importante que seu próprio sentimento, ame-se, cuide-se, busque a felicidade e os bons frutos virão por si mesmos...". E com isso ele resolveu mudar, e não mais se culpar por seus defeitos, mas se amar por suas qualidades. Aos poucos foi fazendo amigos, amando outras pessoas, abrindo-se por mundo. E foi aos poucos se tornando um novo alguém, mas apesar de ainda diferente ele agora sabia o valor dos ensinamentos da vida, e mostrava a aqueles que gostava o valor de observar o íntimo das pessoas, e não julga-las por seu exterior. Hoje, ele é um alguém muito amado, e respeitado. Talvez a solidão tenha lhe feito bem, mas foi sim o amor, o amor proprio, que o salvou do bom perigo que é viver.

6 Comments:

Anônimo said...

Grande!
eu me vejo em boas partes desse texto...
mas...

temos que contar o que há de bom em nós! Defeitos todos temos, mas também qualidades.



isso aí.

Isac Flores said...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo said...

Marco...
Realmente esse texto fala a pura verdade q muitos tem,o se menosprezar,achar q é inferior aos outros.Devemos sempre nos amar antes de querer ser alguma coisa nessa vida.
Abraço!!!

Lua Durand said...

eu me vejo em boa parte desse texto, so nao no final.

muito bom o texto Marco.

Beijo

Anônimo said...

^coco.. escute O vencedor de Los hermanos.. acho q se identifica bastante com esse texto... talvez siga uma linha contraria mas parece de toda forma... muito bom.

Anônimo said...

indicação pra tu no meu blog

Momentos...

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"Mas aqueles anjos agora já se foram, depois que eu cresci"