quarta-feira, 8 de junho de 2011

Saudade, sim

É saudade sim, não é, senão, outra coisa.
Uma vontade de trazer no tempo o que outrora pudemos partilhar: momentos.
Faz casa em meu coração, aloja-se confortavelmente, fazendo sentir em todo o corpo, mente e alma.
Sinto como se estivesse a centímetros do seu abraço, dos seus braços, do seu amor.
Amor este, que de tão fraterno, salva, alivia, revigora.

É saudade sim, mas não é tristeza.
Um desejo intenso de fazer feliz, de fazer sorrir.
Talvez, pelo hábito de conviver, muitas vezes, perdemos o brilho dos gestos.
Ou mesmo, esquecemos de sentir a emoção de estar na presença do ente querido.
Um sentimento tão gostoso que faz valer toda a vida. Faz renascer na amizade e na compaixão, no carinho e na ternura, no silêncio e no perdão.

É saudade sim, mas é de uma beleza inenarrável.
A intrínseca necessidade de fazer o bem, doar-se, fazer da felicidade do outro um desafio seu. Como é bom sentir correr nas veias o bálsamo iluminado do amor.
Mas não aquele egoísta, que limita e sufoca, que retém e determina... É, senão, aquele que cria oportunidades, que ensina, que educa, que exemplifica e que vive.
É esquecer de si para lembrar do outro, é perder-se para se encontrar no amor.

É saudade sim, são versos sentidos na poesia da vida.
O fruto bendito de um sentimento que anseia por reviver-se.
Sinal maior da grandeza de um instante, da força do coletivo, a essência da construção do ser. Não se pode conhecer a si sem entender as necessidades do outros.
Não, a saudade não é uma cruz que, de forçoso que é, fere aquele que o carrega, qual algoz violento que deseja subjugar à força.
A saudade é uma dádiva, reconhecimento da benção divina que liga duas pessoas.

É saudade, sim. Não é coisa outra que não o amor.
Laço que não se desfaz pelo efeito do tempo.
Força que move o universo, que sou, que é você.
Saudade é a tendência natural que tudo tem a reencontrar-se.
Tudo a seu tempo. Não há solidão, não há receio...
O amor espera, paciente, pelo instante em que tomará a cada um.
A oportunidade virá. Acalmemos o coração e eduquemos o espírito, porque só aquele que se conhece pode livrar-se do medo de ser feliz.
Sejamos felizes!

2 Comments:

Anônimo said...

escrevi como anônimo mas é por mera comodidade. tuas palavras são como fogo para brasa, fazendo-a incandecer após longo tempo apagada.lembrou minhas letras há muito escritas... e incentivar novas.. 'saudade, sim' mas não de algo acabado, mas de algo que parou e tende a recomeçar... continue escrevendo, vc tem talento.
p.s. pelo visto temos ligação com a mesma cidade (vitória da conquista).
abraço. beto (twitter: @bmotac)

Maris Stella said...

Filho, filhos, meus amores, meus sentimentos de gratidão eterna por cada existência. Por aprender sempre com vocês. Eu os amo!

Momentos...

Momentos...
"Mas aqueles anjos agora já se foram, depois que eu cresci"