quinta-feira, 8 de maio de 2008

De todas as verdades...

De todas as verdades que tive, a mais sincera foi não saber nada. Porque saber é muito pra quem é tão pouco, e somos muito pouco pra tentar ser tanto.
Por um instante, eu achei que soubesse, eu achei que tivesse o destino nas mãos. Eu achei, porque achei? Achar é tão pouco, quanto eu, quanto querer saber. Me vi sozinho, rodeado por meus saberes, falsos saberes, que se amontoam sobre mim tal qual livros sobre a mesa. E como dói o peso de não saber, ainda que soubesse que pouco sabia...
E com tudo veio o desprazer de se ver como é, tão frágil, inocente e medroso. Tão pouco, tão somente um humano, entre os muitos humanos que não o querem ser, querem ser mais, querem ter mais. E vivem pouco, porque gastam tempo demais tentando ser o que não são, e usam toda a força de que dispõe pra tentar mudar o destino, inutilmente. Humanamente, falham. Humanamente, choram diante da derrota.
E de todas as verdades que eu tive, todas ruíram sobre mim. E viraram cinzas, como eu.

2 Comments:

Marcus V R Sales said...

"Tão pouco, tão somente um humano, entre os muitos humanos que não o querem ser, querem ser mais, querem ter mais. E vivem pouco, porque gastam tempo demais tentando ser o que não são.."

Incrivelmente profundo isso cara...
Você como sempre, indo além nos seus textos tão interessantes!
Sempre bom passar no seu blog Marco!

Abraço!

Anônimo said...

Renascer das cinzas.
Mesmo não querendo, é destino.

Escreve bem demaisss!
Tão tocante isso veio...

Parabéns!
Abç.

Momentos...

Momentos...
"Mas aqueles anjos agora já se foram, depois que eu cresci"